Saturday, January 12, 2008

Risos


Pinto de Azul... o pássaro que passa por entre folhas aquela árvore, à minha frente, para que a minha visão o evite, ao olhar o céu.


Pinto de Branco... a bandeira que por entre ruídos do vento não consegue se exibir.


Pinto daquela cor... que só eu espero alcançar com um simples toque, e que me aquece só de a olhar... o que à minha volta está.

Pinto, Pinto, Pinto... Mas que percebo eu do que pinto!?
Nada! Não percebo nem de pinturas nem de nada!

Porque de nada pinto, e pinto no nada! Pinto o que me rodeia, o que não me pertence e se pinto o que não existe... Porque pinto!? Porque estou condenado ao nada...

Surge um ponto.

Pinto de Vermelho aquele pássaro que não me pertencia.

Pinto de Preto a bandeira que nunca existirá.

Pinto daquela cor que a todos pertence , o que me rodeia.


Porque só assim sei que não estou perdido no nada... Só assim saberei que o futuro existirá, que o passado existiu e que o presente tem de facto um chão onde eu possa aterrar, estar e sentir que as próximas tintas da minha vida... estão todas ao alcance da minha mão.